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Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Enfisema e Bronquite Crônica)

Chibante, AMS - Revisão de Consensos Nacional e Internacionais, 2012

Doença pulmonar obstrutiva crônica (abreviada por DPOC) é uma doença pulmonar inflamatória, progressiva e parcialmente reversível que acomete os pulmões e tem como principal característica o envolvimento traqueobrônquico. O Enfisema é definido como a dilatação e destruição de alvéolos e bronquíolos respiratórios. Ocorre em ambos os sexos, geralmente em idade avançada, sendo o fumo a principal causa apesar de outras situações também colaborarem para o seu desenvolvimento (exposição contínua a ambientes poluídos, deficiência congênita de alfa1-antitripsina, entre outros). Os principais sintomas estão ligados à limitação do fluxo aéreo (entrada e saída do ar através da árvore brônquica), sobretudo na fase expiratória, com subsequente hiperinsulflação pulmonar e dificuldade de mobilização diafragmática (por encurtamento de suas fibras musculares). Ocorre então fadiga muscular e insuficiência respiratória. A Bronquite Crônica consiste na presença de tosse e expectoração por mais de três meses em pelo menos dois anos. Caracteriza-se por infecções respiratórias frequentes (agudizações do sofrimento respiratório crônico) com descompensações progressivas do quadro funcional. Com o evoluir da DPOC o paciente passa a apresentar níveis arteriais de oxigênio baixos e elevação do gás carbono, caracterizando uma insuficiência respiratória global. Em fase avançada desenvolve-se hipertensão arterial pulmonar com o estabelecimento de Cor Pulmonale.

O diagnóstico precoce é fundamental para que o indivíduo não atinja níveis de doença que o conduzam à invalidez respiratória. Exames radiológicos e avaliação da função respiratória através da espirometria, aliados às queixas clínicas, são decisivos para sua identificação.

O tratamento medicamentoso atual tende para o emprego de substâncias inalatórias (broncodilatadores de longa duração e corticosteroides) e programas de reabilitação pulmonar que associados à fisioterapia respiratória e suporte nutricional visam melhor performance da ventilação pulmonar. Recentemente novas substâncias (Indacaterol e Roflumilast) foram lançadas tendendo a diminuir a obstrução e inflamação brônquicas. O emprego de beta-bloqueadores em portadores de DPOC parece trazer mais benefícios, quando indicados, do que malefícios uma vez que o processo inflamatório neste tipo de pacientes é diferente do encontrado nos asmáticos (não toleram beta-bloqueadores). Estudos recentes têm sinalizado para possível efeito protetor dos eicosanoides no sentido de evitar ou retardar a plasticidade da parede brônquica na DPOC. Vacinações antigripal e antipneumocócica fazem parte do tratamento com a finalidade de diminuir os episódios infecciosos que contribuem para aumentar as consequências inflamatórias sobre a árvore traqueobrônquica.

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